domingo, 22 de junho de 2014

Suíça e França na POESIA


SUÍÇA
Erwachen (Regina Ullmann)


 
Ich lag in dir noch unverzeigt,
du tiefer Felsen in einer Nacht;
so kalt wie Stein und trostesarm.

Da fühlt ich plötzlich, wie der Tag
sich an dem Sein im Licht verfing
und liebewarm und flammenhaft
sich an die kleinsten Dinge hing.

Da war ich wach.
Doch war mir noch ein Silberklang,
der sich an einem Zimbal schlug,
erhörbar, und meines Engels Morgengang.


***



FRANÇA
Quando meu crânio for do vento (Boris Vian)

Quando meu crânio for do vento
Quando o verde cobrir meus ossos
Sentirão talvez que eu troço
Mas será falso o sentimento
Pois me faltarão os atos
O elemento plástico
Pla pla plástico
Devorado pelos ratos
Meu par de utensílios
Minhas pernas meus joelhos
Minhas coxas meus fundilhos
Sobre os quais me sentavia
Meus cabelos minhas fístulas
Meus lindos olhos cerúleos
Minhas capas de mandíbulas
Com as quais vos lambuzia
Meu nariz considerável
Coração, fígado, lombo
Esses nadas admiráveis
Que me fizeram gozar os benefícios
De duques e duquesas
De papas e papesas
De abades e abasnezas
E demais pessoas do ofício
E agora não terei mais
Esse fósforo um pouco mole
Cérebro que me serviu
Pra me prever depois de frio
Os ossos verdes, o crânio ventoso
Ah como dói ficar idoso.



Tradução: Ruy Proença

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