sexta-feira, 10 de março de 2017

Sandáraca

é noite na língua das lâmpadas

é balada nos ouvidos do limbo

é cerveja o líquido de acender sorrisos



é segredo essa música dos sentidos?



o corpo se move na escrita impossível

mãos que contam todas as fases do vestido

olhos acidentais que se decifram  atrás do vidro



é caso de ferrugens compatíveis?



o secreto senão da palavra foge com a fumaça

o cigarro entre os dedos semeia gestos – troca de bocas

corações dançam em volta de um relógio sem pulso



a noite se aninha nos lábios em beijos de sábado

Sandáraca

Sandáraca

ainda um silêncio que contraria os sentidos

mas a grafia das mãos já se vai pela nuca

e nas línguas já se misturam tabaco e açúcar



que solo suave a lua do seu rosto 

que emaranhado de versos atrás desse silêncio vazado

que dúvidas líricas sem tempestades

que carícias sem alarde



o que há entre a camisa e o coração?



um poema novo acaricia a pele

o beijo é o remédio do agora

o coração pulsa no escuro

a madrugada é um vestido veloz...
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