sábado, 28 de junho de 2014
Brasil e Chile na POESIA
BRASIL
Alcoólicas - I (Hilda Hilst)
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.
***
CHILE
CANCIÓN (María Silva Ossa)
En la tarde de boca rosada
las rodillas del día se doblan
y reciben sus faldas de yerbas
niños albos con pies de palomas…
Los anfibios molinos destuercen
sus gargantas de alondras
y los pinos de fierro chapado
alzan largas polleras sin hojas.
Ríe el río en la tierra soñada,
los arrieros retornan al monte:
ancha sed en la estrella del pecho:
¡cien mujeres con brazos dormidos
les entregan diamantes de fuego!
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