domingo, 22 de junho de 2014
EUA e Portugal na POESIA
EUA
LEDA (Hilda Doolittle)
Donde el río lento
se encuentra con la marea,
un cisne rojo alza sus alas rojas
y el pico más oscuro,
y debajo del morado, debajo
de su pecho suave
desenrosca su pata de coral.
A través del morado intenso
del calor que agoniza
del sol y de la niebla,
el rayo erecto de la luz solar
acaricia
al lirio de pecho oscuro
y esparce un oro más rico
en su cresta dorada.
Donde el ascenso lento
de la marea
flota hacia el río
y boga lentamente a la deriva
entre las cañas
alzando banderas amarillas,
flota
donde se encuentran río y marea.
Ah beso soberano--
nunca más el arrepentimiento
ni recuerdos antiguos
para arruinar el éxtasis;
donde los juncos bajos se espesan,
el lirio de un día, dorado
se despliega y descansa
bajo el aleteo suave
de las alas del cisne rojo
y el temblor tibio
de su pecho.
tradução: Sandra Toro
***
PORTUGAL
Sobre um Poema (Herberto Helder)
Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
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