terça-feira, 17 de junho de 2014
Brasil e México na POESIA
BRASIL
Corridinho (Adélia Prado)
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
https://www.youtube.com/watch?v=vitArG3Bwe8
***
MÉXICO
Viejo y palabras (Ulalume González de León)
Ya no puedo inventar el mundo solo:
voy a morirme
en mí
con mis palabras,
un ramo seco ni siquiera bueno
para el más chirle té.
Agotado su jugo jeroglífico.
Estoy viejo.
La prueba:
ya no puedo arrojar una palabra búmerang
que regrese cargada de otredad.
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