quinta-feira, 26 de junho de 2014

Equador e França na POESIA


EQUADOR
Palabras de otoño (Medardo Ángel Silva)

A Miguel Ángel Barona

Guárdate tus sonrisas: mi corazón hastiado
como fruto en sazón, a la tierra se inclina;
la senda ha sido larga, amiga; estoy cansado
y quisiera gozar de mi hora vespertina.

Odio aquellos amores de folletín: mi herida
no mendiga limosnas de piedades ajenas;
yo tengo una tragedia y se llama Mi Vida;
para escribirla usé la sangre de mis venas.

Mi otoño anticipado me vuelve reflexivo;
me encuentras casi triste, sereno, pensativo,
no siento las delicias del flirt, es la verdad.

Mi espíritu se orienta hacia la eterna aurora,
hasta que la clepsidra de Dios anuncie la hora
de ser con mi señor para la eternidad.



***




FRANÇA
CANÇÃO DO OUTONO (Paul Verlaine)

          Tradução: Alphonsus de Guimaraens

Os soluços graves
Dos violinos suaves
     Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
     E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
     Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
     E chora.

Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
     Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
     Batido...


CANÇÃO DO OUTONO

          Tradução: Onestaldo de Pennafort

Os longos sons
dos violões,
     pelo outono,
me enchem de dor
e de um langor
     de abandono.

E choro, quando
ouço, ofegando,
     bater a hora,
lembrando os dias,
e as alegrias
     e ais de outrora.

E vou-me ao vento
que, num tormento,
     me transporta
de cá pra lá,
como faz à
     folha morta.



CANÇÃO DE OUTONO

          Tradução: Guilherme de Almeida

Estes lamentos
Dos violões lentos
     Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
     De sono.

E soluçando,
Pálido, quando
     Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
     De outrora.

E vou à toa
No ar mau que voa.
     Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
     E morta.


CANÇÃO DE OUTONO

          Tradução: Paulo Mendes Campos

Os longos trinos
Dos violinos
     Do outono
Ferem minh'alma
Com uma calma
     Que dá sono.

Ao ressoar
A hora, alvar,
     Sufocado,
Choro os errantes
Dias distantes
     Do passado.

E em remoinho,
O ar daninho
     Me transporta
De cá pra lá,
De lá pra cá,
     Folha morta.

CANÇÃO DE OUTONO

          Tradução: Nelson Ascher

Violinos com
seu choro assom-
     bram o outono
e eu, corpo mor-
to de torpor,
     me abandono.

Quase sem ar,
desmaio ao soar
     da hora enquanto,
lembrando em vão
os dias de então,
     caio em pranto.

E o vento cruel
leva-me ao léu
     pouco importa
aonde, em vaivém,
vago que nem
     folha morta.


Fonte: http://www.algumapoesia.com.br/poesia3/poesianet312.htm

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