há dez anos
desembrulho essa cidade
e agora você
se coloca na moldura dos olhos
não sei como
te dizer calmamente:
o batom dele
escorre na lateral da tua boca
pra onde foge essa cor de loucos?
deslizo par’alcançar
o escorpião com os dentes
olho pra você
com vontade de ver mais
tenho as mãos adormecidas
na tua pele
perduro nas
tuas barbas
onde os sonhos fazem acrobacias
debulho o teu sorriso
cifrado
para abrir espaço pras línguas
um afeto se faz
perguntas:
caberão os corpos na nossa estréia?
vasculho as
entrelinhas da tua fumaça
e me sobe um paraíso pela nuca:
tua voz se acende às três da manhã
09102014 & 05102015
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