Todo mundo convidado!
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
terça-feira, 12 de setembro de 2017
Amargurama
o espelho me devolve um olhar sem saída
a paisagem vela sua natureza morta
tua voz é uma distância serenada sob a neve
as águas copiam rostos em anotações precárias
a maré sobe e atira pedras na moldura da rua
uma lágrima desenha solitária no rosto desconhecido
estás sozinho à beira do lago das tuas emoções
a indústria naval dos homens não te oferece um barco sequer
circulam bombas, granadas, estampidos
[mas o teu
ramalhete foi retido
um sol ainda de inverno fenece ajoelhado
sobre a seda do silêncio
a dor farfalha
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Noite para um poema
tua voz me
enche de tonturas
recaio sobre a
tua camisa
leio as sinopses
do teu corpo
meus olhos astros
desorientados
meus lábios ancoradouro
de lírios
e meu pássaro que não me condena
teu olhar me desabotoa
desdobro teus
papéis no escuro
no códice do teu peito me enleio te
afago
no cálice do meu leito te estreito
me afogo
lá onde o mar
incita as vagas:
te quero com
todos os meus navios
terça-feira, 16 de maio de 2017
Enguiço
hoje é dia de pé na pedra
mas água não tropeça
passa por um canteiro de flores
e chora
cai de uma árvore
e chove
escorre pela calçada e morre
sob o sol
hoje é dia de pé na pedra
ouve a onomatopeia da matéria
masca uma folha de coca
e arde
na boca sem língua do peixe
que morre
pelos olhos enviando sinais
hoje é dia de pé na treva
e eu não desço devagar
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Nada
Um ventinho assobia na pele.
O azul é a tela que nos protege.
O passo é um pássaro – levemente sem asas.
O mundo é um suspiro sem nome.
Amargo era um barulho de ontem.
A seda da vida farfalha.
Amar é pra hoje!
sexta-feira, 10 de março de 2017
Sandáraca
é noite na língua
das lâmpadas
é balada nos
ouvidos do limbo
é cerveja o líquido
de acender sorrisos
é segredo
essa música dos sentidos?
o corpo se move na escrita
impossível
mãos que contam todas
as fases do vestido
olhos acidentais
que se decifram atrás do vidro
é caso de ferrugens compatíveis?
o secreto senão da palavra foge com a fumaça
o cigarro entre os dedos semeia gestos – troca de bocas
corações dançam em volta de um relógio sem
pulso
a noite se aninha nos lábios em beijos de
sábado
Sandáraca
Sandáraca
ainda um silêncio
que contraria os sentidos
mas a grafia das mãos já se vai pela nuca
e nas línguas já se misturam tabaco e açúcar
que solo suave a
lua do seu rosto
que emaranhado de versos atrás desse silêncio
vazado
que dúvidas líricas sem tempestades
que carícias sem alarde
o que há entre a
camisa e o coração?
um poema novo acaricia a pele
o beijo é o remédio
do agora
o coração pulsa no escuro
a madrugada é um vestido veloz...
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