sábado, 1 de novembro de 2014

Olhar em detalhes



Lido nalgum lugar:
“já é tão tarde
que é amanhã pra qualquer coisa”

ele é uma tatuagem na pele das nuvens
neste ensaio quase invisível que é viver

levantam brumas entre bambus e pínus
vejo mãos indisfarçáveis, fumaça e flores

como estancar sua imagem?
o amarelo do ipê vira a esquina
e no meu relógio são sempre suas horas

a língua ainda lambe o seu pergaminho
improvisando um alfabeto pr'agora

a boca silencia mais um drink
evitando a porta da manhã

         o pássaro da dor é o único que não se abala no galho



18092014 & 01112014

4 comentários:

Marcão disse...

Lindo, Jeanine. Você continua a tocar almas e corações com sua poesia. Pena que parei de dar vazão às minhas.

Vince Vinnus disse...

Escreve muito.

Jeanine Will disse...

Marcão,
Obrigada! Saudade de você!
E não pare, não. Deixa transbordar e compartilha com todo mundo!
Um abraço, Jeanine.

Jeanine Will disse...

Mestre dramaturgo ninja Vince,
sempre uma honra ter você como leitor.
Um abraço!

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