Lido nalgum
lugar:
“já é tão tarde
que é amanhã pra qualquer coisa”
ele é uma tatuagem na pele
das nuvens
neste ensaio quase invisível
que é viver
levantam brumas entre bambus
e pínus
vejo mãos indisfarçáveis, fumaça
e flores
como estancar sua imagem?
o amarelo do ipê vira a
esquina
e no meu relógio são sempre suas
horas
a língua ainda lambe o seu
pergaminho
improvisando um alfabeto
pr'agora
a boca silencia mais um drink
evitando a porta da manhã
o pássaro da dor é o único que não se abala no galho
18092014 & 01112014