segunda-feira, 9 de julho de 2007

Concessão
a vida tinha que ter um prazo de carência
uns 40 anos pro conta-giros começar a rodar
não por causa das rugas
ou dos cabelos brancos
nem pelo olhar que embota
ou pela paciência que ligeiro se esgota
mas pra aprender
pra ensaiar
pra estrear sabido quando for à vera
tinha mesmo era que ter outra
inteira de carência
pra não gastar tão rápido
a nossa crença


(inédito, 14102005)

¯ - Travis - Closer

2 comentários:

Anônimo disse...

Alguns dos teus poemas me pegam pela goela. Vão direto no alvo. Este é um deles. Porque está bem escrito, mas sobretudo porque diz aquilo que é um desejo impossível, como todos, aliás. Mas também, se assim fosse, se tivéssemos um tempo de carência para aprender a viver, tudo seria mais difícil para todos. Também este desejo tem uma contrapartida desagradável.

João

Jeanine Will disse...

João,
que eles te peguem de leve... ou não?
Não tinha me ocorrido a parte desagradável. Será que a vida seria (ainda) mais cruel e nos cobraria mais já que houve tempo para o ensaio?
Obrigada pela visita.
Um grande beijo,
Jeanine.

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