é noite na língua
das lâmpadas
é balada nos
ouvidos do limbo
é cerveja o líquido
de acender sorrisos
é segredo
essa música dos sentidos?
o corpo se move na escrita
impossível
mãos que contam todas
as fases do vestido
olhos acidentais
que se decifram atrás do vidro
é caso de ferrugens compatíveis?
o secreto senão da palavra foge com a fumaça
o cigarro entre os dedos semeia gestos – troca de bocas
corações dançam em volta de um relógio sem
pulso
a noite se aninha nos lábios em beijos de
sábado
Sandáraca
Sandáraca
ainda um silêncio
que contraria os sentidos
mas a grafia das mãos já se vai pela nuca
e nas línguas já se misturam tabaco e açúcar
que solo suave a
lua do seu rosto
que emaranhado de versos atrás desse silêncio
vazado
que dúvidas líricas sem tempestades
que carícias sem alarde
o que há entre a
camisa e o coração?
um poema novo acaricia a pele
o beijo é o remédio
do agora
o coração pulsa no escuro
a madrugada é um vestido veloz...